marcelo martins

O começo de uma lenda urbana que, enfim, sai do papel

O centro de qualquer cidade deve ser tratado e visto como o principal cartão-postal. Em Santa Maria, não poderia ser diferente. O Calçadão nunca foi, ao menos não na história recente do município, um lugar aprazível ou bonito. Foi, como é até hoje, funcional. Ou seja, as pessoas vão até o centro para a realização de compras e os mais tradicionais, que desconhecem aplicativos e outras modernidades, "sobem até o centro" para pagar contas.

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Acontece que o local passou, ao longo das últimas duas décadas, por ciclos de caranguejo: sempre andando de lado, mas nunca mirando o futuro com o olhar para frente.  

ERROS E ACERTOS
Desta forma, o Calçadão viu tentativas acertadas e tantas outras falhas, invariavelmente puxadas por reformas pontuais. Nesta lista, podemos lembrar a colocação de totens de serviços turísticos, tentativas falhas de uma wi-fi potente e atrativa, plantios de flores e uma dinâmica que ficou amarrada ao passado. Ou seja, nada substancialmente novo e inovador. 

A reforma que está sendo capitaneada pela prefeitura de Santa Maria vem com um atraso de, no mínimo, duas décadas. Mérito do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) que o fará sem a colocação de um real do dinheiro público. A isso se dá o nome de gestão. 

A administração do tucano, ainda em 2019, fez frente a um processo moderno de gestão, que leva o nome de medida compensatória - um instrumento que o governo municipal tem utilizado para condicionar onde e como quer que certos serviços sejam feitos junto àquelas empresas que invistam em Santa Maria.

Os serviços serão todo custeados por uma empresa da iniciativa privada, em uma espécie de parceria público-privada. Porém, aqui, em uma versão mais arrojada e acertada, onde o dinheiro do cidadão não será colocado no ralo do desperdício e da ineficiência do poder público. 

Foi desta forma, por exemplo, que a prefeitura conseguiu resolver um problema crônico que é a construção das novas capelas mortuárias da cidade, aos fundos do Cemitério Ecumênico Municipal. Essa obra, aliás, será determinante para que o Executivo municipal avance em direção a uma licitação do cemitério, que, no passado, já foi feita, e sempre deu deserta.  

LENDA URBANA
Após prazos dados e descumpridos - sendo que, até na campanha eleitoral, o prefeito deu como "iniciada" a obra -, chegou a hora de a lenda urbana ser realizada. O custo estimado é de R$ 2 milhões e trará transtornos aos lojistas e comerciantes. 

Porém, deve prevalecer um entendimento simples. Ao fim de toda obra, o saldo, por parte do contratante, tende a ser de entrega e de satisfação. E, neste caso, esperamos que a população se dê por contente com o que venha a ser esse "novo Calçadão" propagandeado e panfleteado pelo poder público. 

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